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Entrevista com a autora | Drª Maria Regina Azevedo

  • Foto do escritor: thiemerevinter
    thiemerevinter
  • 29 de mar. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: 1 de abr. de 2019

Em uma breve entrevista, a autora do livro Hematologia Básica fala sobre a área de atuação e novidades da obra que chega à sua sexta edição





Maria Regina Azevedo está longe de ser uma iniciante na literatura médica. Doutora em Análises Clínicas pela Universidade de São Paulo-USP (1999), ela é vista pelos seus colegas como uma das principais profissionais do Brasil na área hematologia clínica e diagnóstico laboratorial.


Motivos para isso não faltam. Afinal, há anos ela está profundamente envolvida na produção de conhecimento no Brasil, seja dando aulas, publicando pesquisas ou escrevendo livros voltados para alunos de graduação e pós-graduação.


E é exatamente para falar sobre sua última obra, a sexta edição do livro Hematologia Básica, que a doutora falou conosco nesta pequena entrevista que você confere abaixo!


A doutora é uma das mais importantes profissionais na área aqui no Brasil. O que mudou no estudo da hematologia durante esses anos?

Tudo mudou muito, principalmente comparando à época em que eu comecei a dar aula em 1984. .O diagnóstico laboratorial de hematologia teve um evidente avanço, principalmente na área tecnológica. O Brasil possui equipamentos modernos, muito melhores que daquela época, com mais precisão para prevenção das doenças e com mais parâmetros de diagnósticos.


Quando eu lancei a primeira edição do livro, até já existiam equipamentos automatizados. Contudo, não eram muitos os laboratórios que os possuíam. Hoje, observamos que há equipamentos que fazem até 40 parâmetros de hemograma no qual, não apenas é possível ver a quantidade de células, como também são capazes de fazer a leitura morfológica. Alguns equipamentos inclusive fazem o reconhecimento dessas células. Na década de 80 tudo isso era muito manual.


Além disso, hoje o público que estuda o assunto é muito variado, pois são muitas as áreas dentro da medicina que lidam diretamente com exames de sangue, seja na prevenção, pesquisa ou tratamento das doenças.


Levando em consideração sua experiência na área, há diferenças do estudo da hematologia no Brasil e em outros países?


De maneira geral, não. A hematologia abriga uma série de doenças que ocorrem no mundo inteiro, sem distinção. A anemia talvez seja uma das mais conhecidas, embora não seja a única. O que de fato muda muito é a frequência das doenças. Sabemos, por exemplo, que em países com baixo desenvolvimento socioeconômico há uma maior prevalência de anemias e verminoses. Isso, claro, está diretamente ligado a fatores que envolvem a pobreza existente nesses países, como alimentação precária e falta de saneamento básico.


Tirando isso, podemos também levar em conta outras variáveis, essas sim ligadas à algumas pré-disposições genéticas de determinados países e regiões. Na Grécia, por exemplo, é muito comum a anemia mediterrânea (doença hereditária do sangue que afeta a capacidade da pessoa de produzir hemoglobina, o pigmento existente nos glóbulos vermelhos que responde pelo transporte de oxigênio para todos os tecidos e órgãos do corpo). Já em alguns países da África, é muito presente a anemia falciforme ( doença causada por uma mutação genética que provoca a deformação dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe). De toda forma, não são doenças exclusivas dessas regiões, podendo ser verificadas em qualquer país do mundo.


Como você analisa estudo da área no Brasil?


Em termos de profissionais, o Brasil está bem servido. Nosso país possui ótimos grupos de hematologistas e hemoterapeutas que não perdem em absolutamente nada em comparação a qualquer lugar do mundo. Eu sou da hematologia laboratorial e conheço muitos profissionais de primeira linha.


O que acho que falta é a parte clínica, pois envolve diretamente investimentos em tecnologia. Nesse quesito, realmente, os países mais desenvolvidos têm larga vantagem sobre nós. Temos também obstáculos em conseguir investimentos para a pesquisa, o que não é exclusivo da nossa área. Lá fora os centros de pesquisas recebem esses incentivos financeiros do setor público ou privado com maior facilidade.


De qualquer forma temos estudos muito sérios aqui no Brasil e a área de hemoterapia é muito desenvolvida, com grandes profissionais, assim como a área laboratorial e diagnóstica. Tivemos avanços em muitos estudos. Anemias e estudos de transplante de medula óssea e de células do cordão umbilical são apenas alguns exemplos de áreas que tiveram imensa evolução no Brasil. Fora a hemoterapia que possui um avanço incontestável nas últimas décadas. Além disso, tivemos uma produção científica importante, com publicações relevantes em revistas do mundo inteiro.


Essa é a sexta edição do livro da doutora, que também atua como professora há alguns anos. Como a vida docente ajudou na hora de escrever o livro (ou vice e versa)?


Ser professor é uma busca incansável pelo saber, principalmente nas subáreas da medicina. Você tem que saber todas as informações mais recentes sobre todos os tipos de patologias. Anemia, célula tronco, infecção... é preciso estudar tudo. Para mim, a grande vantagem de escrever um livro é exatamente estar sempre muito atualizada a respeito do tema. No caso de livros didáticos isso é ainda mais forte, porque você está educando novos profissionais.


Por isso, acredito que todo professor - ou todo escritor - precisa estudar muito antes de escrever. É fundamental passar e repassar o conteúdo, colocar-se sempre à prova. É assim que se cresce como profissional e também como pessoa.


Esta é a sexta edição do livro. O que a obra traz de novidades para essa nova edição?

É um livro que continua com as principais informações sobre o assunto. Talvez seja o mais completo envolvendo hematologia básica. Temos um capítulo novo sobre as aplasias medulares, biologia mononuclear aplicada à hemopatologia. Atualizamos uma parte que trata das anestesias sexta parte, que trata de tecnologia, e como essa parte evoluiu desde a última edição, precisou ser revisto, claro. Principalmente quando o assunto é citogenética, citometria de fluxo e controle de qualidade em hematologia. Colocamos a atualização importante na onconatologia e aplasia medulares, que foram atualizadas em relação aos diagnósticos.


O livro vem com ilustrações, casos clínicos com ilustrações das patologias e um mini atlas para acompanhamento das aulas práticas de microscopia, com exemplos de células hematológicas normais e alteradas.


Sobre a autora

Drª Maria Regina Azevedo possui graduação em Biomedicina pela Universidade de Santo Amaro (1982), mestrado (1995) e doutorado em Análises Clínicas pela Universidade de São Paulo-USP (1999). Como professora, lecionou hematologia por mais de 30 anos em diversos cursos e Universidades. Tem experiência na área de Análises Clínicas atuando nos seguintes temas: epidemiologia e marcadores associados a prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças crônicas e tecnologia nuclear para as análises clínicas.






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