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Qual o papel da fonoterapia no tratamento do TEA?

  • Foto do escritor: thiemerevinter
    thiemerevinter
  • 25 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de nov. de 2018

A fonoaudióloga Écila Mesquita fala sobre a importância do trabalho de fonoterapia para o desenvolvimento da comunicação de crianças com autismo




O tratamento do TEA é complexo e envolve muitas etapas e diferentes profissionais exercendo funções complementares no desenvolvimento das habilidades do indivíduo com autismo.


Nesta pequena entrevista a doutora fonoaudióloga e colaboradora do livro Transtorno do Espectro do Autismo - TEA: Manual Prático de Diagnóstico e Tratamento, Ecila Mesquita fala sobre a porque a fonoterapia é tão importante para esse processo de desenvolvimento da comunicação e da fala de pessoas com autismo ainda na infância.


De maneira geral, qual é o trabalho do fonoterapeuta junto com a criança com autismo e porque ele é tão importante no desenvolvimento da comunicação do indivíduo com TEA?

As crianças com TEA possuem limitações na comunicação, que estão relacionadas a falhas na aquisição e desenvolvimento da fala ou linguagem. Essas dificuldades são intensificadas pelas falhas na socialização, o que é característico dessas crianças.


O trabalho da fonoaudióloga é estimular a fala e a linguagem e desenvolver estratégias para que essas crianças consigam sentir a necessidade de interagir com o outro. A partir do momento que a criança sente a necessidade de se comunicar ela vai em busca de estratégias para tal habilidade e é aí que a intervenção fonoaudiológica se faz necessária.


Especificamente, quais habilidades a fonoterapia pode ajudar a desenvolver junto às crianças com TEA? 

Desenvolvimento de fala (quando há atraso dessa habilidade ou transtorno fonológico) e habilidades relacionadas à linguagem. Isto é, estimular melhor elaboração de frases, uso adequado dos verbos, pronomes e preposições, aumento do vocabulário. Todos esses aspectos favorecem a conversação e melhor compreensão do que a criança ouve.

No livro Transtorno do Espectro do Autismo - TEA: Manual Prático de Diagnóstico e Tratamento fala-se sobre a diferença entre a fala e a linguagem. Pode explicar melhor?

Fala se refere à pronúncia dos sons, à articulação. Até os 5 anos de idade a criança deverá falar todos os sons corretamente, sem omissão nem substituição de nenhum deles, para que seu discurso oral seja inteligível. Já linguagem é uma habilidade mais abrangente e complexa, pois são necessários vários aspectos para que seu desenvolvimento seja alcançado. A fala por exemplo, é um dos aspectos importantes e necessários para uma linguagem efetiva. Se a criança tiver muitas omissões e substituições na fala, seu discurso se torna incompreensível e consequentemente a comunicação falha. Mas nem só da pronúncia dos sons depende a eficácia da linguagem, mas também da estruturação das frases, uso correto de elementos de ligação entre palavras, flexionamento certo dos verbos, vocabulário, coerência entre o que foi perguntado e respondido, dentre outros.


Quais são as dúvidas mais frequentes dos pais e responsáveis com relação a fonoterapia? (E claro, quais são as suas respectivas respostas?)

No caso de uma criança que ainda não fala, a pergunta inicial é sempre se há risco da fala não se desenvolver, mesmo com a intervenção fonoaudiológica. É uma pergunta muito difícil de ser respondida, pois depende de muitos fatores, principalmente se a criança apresentar outros quadros associados ao TEA, como a apraxia, por exemplo, que interfere bastante na programação motora da fala. Explico isso aos pais, reforçando que juntos tentaremos o máximo possível para que a criança desenvolva a oralidade e caso isso não ocorra, outras formas de comunicação serão analisadas. O importante é que a criança se comunique, de forma verbal ou não-verbal. Outra questão é com relação ao tempo de intervenção, o que também é difícil de ser respondido, visto que cada criança receberá as estratégias de uma maneira, além da freqüência das sessões e da adesão à intervenção (com poucas faltas e participação efetiva da família). Por fim, dependendo da idade da criança, uma dúvida frequente é com relação à alfabetização, e a minha resposta segue a questão do desenvolvimento da fala. A alfabetização está totalmente relacionada ao desenvolvimento da fala, e caso a oralidade não surja, há métodos de alfabetização que podem ser adaptados também.


Drª Ecila Paula dos Mesquita de Oliveira

Fonoaudióloga com Especialização em Linguagem pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR (1998), Mestrado e Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (2006/2011). Atuante na área de linguagem, envolvendo principalmente os distúrbios da linguagem oral e escrita em crianças.



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